Para ler antes da leitura da postagem do Blog DominioFeminino sobre a coluna do Merval Pereira:
"Força e fraqueza da classe média "
(...) Só um jornal pode depositar o mesmo pensamento em mil espíritos ao mesmo tempo. Os jornais tornam-se, portanto, mais necessàrios à medida que os homens sõ mais iguais e que mais se deve temer o individualismo. Seria diminuir-lhes a importância crer que só servem para garantir a liberdade; eles mantêm a civilização. Não nego que, nos países democráticos, os jornalistas levem com frequência os cidadãos a fazerem juntos coiss bastantes incosideradas; mas se não houvesse jornais quase não haveria ação comum. O mal que produzem é, portanto, bem menor do que o que ajudam a curar.
O efeito de um jornal não é somente o de sugerir a um grande número de homens um mesmo objetivo; fornece-lhes também os meios para executrem em comum os desígnios que concebem sozinhos.. (...) Sucede, frequentemente, nos países democráticos, que grande número de homens que têm o desejo ou a necessidade de associar-se não possam fazê-lo, pois, sendo todos pequenos e perdidos na massa, não se vêem, nem sabem como se encontrar. Aparece um jornal que expôe o sentimento ou a ideia que se tinham apresentado simultaneamente mas separadamente a cada um deles. Todos dirigem-se imediatamente a esta luz e esses espíritos errantes que se buscavam há muito tempo encontram-se, enfim, e unem-se. O jornal os aproximou e continua a ser-lhes necessário para conservá-los juntos.
Alexis de Tocqueville A Democracia na América (Estados Unidos da América)