Muito embora meu sonho seja, um dia possam meus netos "rezarem de cor e salteado" a Constituição do país deles - por ser curta, enxuta e feita para ser compreendida pelo povo -, sigo atenta aos perigos de que esta conclamação se dê na hora e pelas intenções erradas. Enquanto o PT e seus aliados estiverem no poder qualquer movimento em defesa de uma nova Carta Federal será como pôr corda no pescoço. Esta temeridade a candidata do PV Marina Silva tem cometido, principalmente, por propor uma Constituição pela metade. O que já temos.
CUIDADO, MARINA, COM ESSA MIDI-CONSTITUINTE! UM RISCO ÀS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS!Bem na hora, o ex-Prefeito e candidato ao Senado pelo Estado do Rio de Janeiro, Cesar Maia faz um alerta ao qual todos nós brasileiros devemos atender.
1. Marina sugeriu uma midi-constituinte para decidir sobre as reformas tributária, política e até trabalhista. Na prática, isso significa apenas mais 10% dos votos dos parlamentares (60% - 50%). Para que isso? Olhe bem o risco no caso de uma reforma política. Qual a abrangência de uma reforma política? Lembre-se que foi assim que Chávez chegou aonde chegou com os poderes autoritários-arbitrários que tem. Restrições à liberdade de imprensa é reforma política? Redução do poder dos municípios e estados, é? Eliminação das prerrogativas do senado, é? Reformas ou não devem ser debatidas dentro das regras atuais. Nada de invenção.
2. (Globo.on, 06) A pré-candidata Marina Silva (PV) defendeu nesta quinta-feira, durante o 27º Congresso Mineiro de Municípios, em Belo Horizonte, uma Constituinte exclusiva para fazer as reformas como, por exemplo, a política e a tributária. - Cada candidato diz que vai fazer a reforma tributária, a reforma trabalhista..., e não faz - disse ela, explicando que, se a iniciativa for juridicamente possível, é um passo para fazer reformas estratégicas para o país.
"JORNALISTAS SÃO MEDIADORES"!Abaixo, um outro ponto importante do Boletim do Ex-Blog Cesar Maia, mas que está umbilicalmente ligado à Liberdade de uma Constituição verdadeiramente democrática e que considerei que não devesse ser truncado da temática acima. Apenas inverti a ordem dos temas tratados no Boletim.
Trecho da coluna de Mariano Grondona, La Nacion (02).
1. A sabedoria não está ao alcance da arrogância daqueles que acreditam que são infalíveis, mas daqueles que beberam, com humildade, o cálice às vezes amargo da aprendizagem. Mas o homem moderno, ansioso para conhecer este e os outros planetas, necessita, para saciar sua sede de informação, a ajuda daqueles mediadores que contam e analisam o que está acontecendo em fronteiras remotas. Esses mediadores são os jornalistas. Que outra garantia tem, no entanto, os consumidores de informação, para não ficarem desinformados, que a "pluralidade" de seus fornecedores?
2. Porque é somente comparando um meio de comunicação com outro; somente mergulhando nas correntezas da concorrência entre os meios de comunicação, é que o leitor, telespectador ou ouvinte poderá se aproximar de um conhecimento satisfatório. O monopólio jornalístico, portanto, é a negação pura e simples do autêntico jornalismo. No mais se pode dizer que o “Unicato” do Estado, ainda mais do que as múltiplas mídias privadas, é a que mais pode aproximar-se, perigosamente, do monopólio informativo.
3. Isto não significa que alguns meios de comunicação atraiam mais consumidores que outros. O que se exclui, por sua própria natureza, é a conspiração universal dos meios de comunicação. O jornalismo autêntico se afasta, por outro lado, tanto do governo como da oposição porque, enquanto a situação busca o alinhamento incondicional com o governo, a oposição é formada por aqueles que se propõem como “alternativa" ao governo.
4. Mas o jornalismo não existe para apoiar ou substituir os detentores do poder, pois seu papel na democracia é ser um “contra-poder”, ou seja, um dos freios sociais mais eficazes para limitar o poder do Estado, cuja tentação natural é o autoritarismo. Assim, as duas principais ferramentas são, de um lado, a informação para fazer conhecer o que os poderosos procuram esconder, e do outro lado, a crítica, para revisar com independência o que dizem e decidem os poderosos
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